‘Golpe do Pix’: apresentador processa Record após sofrer acusação
A história de Marcelo Castro e a Record, que ganhou notoriedade como ‘golpe do pix’, nos noticiários do Brasil ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (3). O jornalista decidiu processar a ex-empresa, após ser acusado de usar a estrutura da emissora de Edir Macedo para desviar doações feitas por pix para pessoas em estado de necessidade que apareciam no programa Balanço Geral Bahia.
Além disso, o jornalista ainda pede que a Record seja obrigada a retirar do ar os links de internet das reportagens exibidas no Domingo Espetacular e no Jornal da Record, que contém a história do caso do desvio de verba das doações. E não parou por aí, dada toda exigência, ele ainda pede um pagamento de indenização por danos morais de R$ 56 mil.
A defesa de Marcelo Castro foi procurada pelo veículo e disse que “continua, veementemente, sustentando a inocência dos dois jornalistas, e acreditando fielmente na mais lídima justiça do estado da Bahia”. Na semana passada, a Justiça da Bahia aceitou denúncia do Ministério Público e tornou o jornalista réu por formação de organização criminosa e apropriação indevida.
O Ministério Público também determinou o bloqueio de bens em seu nome para recuperar o dinheiro desviado. O suposto esquema foi descoberto em março de 2023, após o jogador de futebol baiano Anderson Talisca, atualmente no Al-Nassr, decidir fazer uma doação de R$ 70 mil ao assistir uma reportagem.
O que aconteceu?
O montante referido seria doado para a família do menino Guilherme, de 1 ano, que fazia um tratamento de câncer e precisava da quantia para comprar um medicamento para tratamento dos tumores. Em contato com Marcelo Castro, contudo, um assessor do jogador percebeu que o número do Pix repassado para doação –que pertencia a uma pessoa da família da criança– não era o mesmo que apareceu na televisão durante a exibição da reportagem.
O caso acendeu o alerta da emissora, que instaurou um procedimento interno e protocolou uma notícia-crime para que o caso fosse investigado pela polícia. Dias depois, a Record Bahia demitiu Marcelo Castro e Jamerson Oliveira. A criança mostrada na reportagem morreu semanas depois da exibição do programa.
Nesse período, eles teriam arrecadado mais de R$ 540 mil em doações e se apropriado de 75% do valor, cerca de R$ 410 mil. Apenas R$ 135,9 mil foi devidamente repassados às vítimas que tinham seus dramas pessoais expostos na versão baiana do Balanço Geral. A Justiça diz que mais de R$ 1 milhão passaram pelas contas de Marcelo Castro.
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